V I D A
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Luís de Camões |
É fácil reconhecer na obra poética de Camo~es dois estilos nao só diferentes, mas talvez até opostos: um, o estilo das redondilhas e de alguns sonetos, na tradiçao do Cancioneiro Geral; outro, o estilo de inspiraçao latina ou italiana de muitos outros sonetos e das composições (h)endecassílabas maiores. Chamaremos aqui ao primeiro o estilo engenhoso, ao segundo o estilo clássico. O estilo engenhoso, tal como já aparece no Cancioneiro Geral, manifesta-se sobretudo nas composiço~es constituídas por mote e voltas. O poeta tinha que desenvolver um mote dado, e era na interpretaça~o das palavras desse mote que revelava a sua subtileza e imaginaça~o, exactamente como os pregadores medievais o faziam ao desenvolver a frase bíblica que servia de tema ao sermao. No desenvolvimento do mote havia uma preocupaçao de pseudo-rigor verbal, de exactidao vocabular, de modo que os engenhosos paradoxos e os entendimentos fantasistas das palavras parecessem sair de uma espécie de operaçao lógica. As obras dele foram divididas em líricas e amorosas. Um exemplo das obras líricas foi Os Lusíadas, dividido em 10 cantos, exalta a conquista de Portugal na rota das índias. |